#08 | Cuidados com avanço de tecnologias não devem inibir a educação digital
Democratização do acesso às ferramentas digitais, estímulo à criatividade e diversificação de vozes são provas de que letramento algorítmico veio para ficar.
Oi, gente, atrasei um pouquinho nesta semana, mas estamos por aqui. Bora!!
Por José Brito, jornalista e fundador da Pupa Educação Digital.
“Me preocupa o excesso de tela, mas também me preocupa o medo de algo que é parte da vida, parte do mundo, uma linguagem que precisa ser aprendida (…) A ausência das telas na sala de aula também tem seus efeitos negativos na educação.”
Fábio Campos, educador
Encontrei Fábio Campos pela última vez no Porto Amigo Bar, boteco tradicional enraizado no Polo Gastronômico mais badalado do Rio, no bairro de Botafogo, Zona Sul da capital carioca. Lá devorei uma feijoada amiga regada a uma dose de cachaça Salineira e pimenta malagueta a gosto. Conversei com Fábio, justamente, sobre pesquisas relacionadas à Lei Federal nº 15.100/2025, sancionada em 13 de janeiro deste ano, restringindo o uso de telefones celulares nas escolas.
Antes da sobremesa, lembramos que o Rio de Janeiro foi pioneiro desta iniciativa, com o decreto 53.918/2024, implementado pelo então Secretário de Educação do município, Renan Ferreirinha, no ano anterior. A pauta também nos trouxe uma reflexão importante: como será que escolas, professores, famílias e estudantes estão lidando com o assunto, alguns meses depois? Como a escassez no uso de um dispositivo digital está influenciando a abordagem do tema em sala de aula?
Confesso que, como pai, educador e profissional de mídia e informação, entendo perfeitamente os avanços e conquistas com o aumento da concentração e engajamento em sala de aula, maior controle por parte dos professores para administrar uma turma e, claro, com a retomada das relações sociais, atividades físicas e a famosa boa e velha vida como ela é na hora do recreio.
No entanto, isso não nos tira a responsabilidade de educar para o ambiente digital, de entender as conquistas e também benefícios destas ferramentas para uma geração ávida por novas conexões, novos modelos de consumo e acesso a conteúdo e, principalmente, sem memória que não seja nativa com IA e assistentes virtuais. Precisamos avançar com este debate com supervisão, ética, diversidade de vozes e moderação de conteúdo. Como a ciência. Errando e aprendendo. Testando e evoluindo. Com cuidados, mas sem bloqueios.
Depois do cafezinho e antes da conta, Fábio nos brinda com excelentes contribuições ao lado de outros profissionais como a juíza Vanessa Cavalieri, o pediatra Daniel Becker, Mariana Cinelli, do movimento Desconecta, e do professor de Psiquiatria da USP, Guilherme, Polanczyk.
E vamos juntos com a seleção desta semana!
Boa leitura!
Link: [O Globo]
Versão alternativa [sem paywall]
#02 Festival Hacktown agita a programação de Santa Rita do Sapucaí com tecnologia e inovação no Sul das Minas Gerais
Link: [Festival Hacktown]
#03 Banco Interamericano de Desenvolvimento abre chamada pública para projetos inovadores com IA na educação
Link: [Socialab]
#04 Jovem programadora brasileira vence competição global do Google com plataforma Edu.AI, para apoio a estudantes do ENEM
Link: [Superinteressante]
#05 As novidades do recente lançamento da OpenAI para realização de tarefas com agentes integrados ao ChatGPT
Link: [OpenAI]
DICA DE LEITURA »
Ah, se você é fã de um bom almanaque ou daquelas publicações recheadas de dicas e curiosidades do nosso tempo, como “Shell Responde” e o saudoso “Guia 4 rodas” - quem viveu os anos 1980 saberá. Ou ainda, se você adora uma boa dica de leitura em perfis como o @book.ster , do Pedro Pacífico, e navega bastante pelo ambiente digital, essa dica é pra você, meu jovem.
Esse é uma contribuição de um trio que eu adoro: Victor Vicente, Paulo de Camargo e Januária Cristina Alves. Uma obra que acompanha a revolução digital. Fala do uso de tecnologias para avanços sociais e científicos. Da relação entre o pensamento computacional e o pensamento matemático. De privacidade, autonomia. De curadoria. Dá dicas para fugirmos dos golpes de internet. Abre a cabeça sobre nossos direitos e deveres no ambiente digital. Fala de cidadania. Justiça Social. Diversidade.
Trata-se de uma obra em tratamento para o Programa Nacional do Livro Didático. Feita para estudantes do Ensino Médio, que estão no olho do furacão daquele ecossistema chamado universo digital e midiático, também conhecido como letramento algorítmico. Vai TV de tubo, vem telefone sem fio, chega mais influenciador digital. E assim seguimos, deixando alguns dados e pegadas digitais pelo caminho, interagindo com novas interfaces, linguagem de programação, e tentando fazer um uso cada vez mais ético e responsável das plataformas de distribuição de conteúdo, na busca por experiências conversacionais mais humanas. Quase que em busca de uma Terra do Nunca. Onde será que essa conversa começou mesmo? Não sei. Só sei que nada melhor do que um bom guia para encontrar um resultado.








